Língua Portuguesa.Exercícios de português.Exercícios de Gramática.Literatura Brasileira.Interpretação de Texto.Resumos de literatura

30 de junho de 2010

Esta foi uma pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia com um grupo de crianças de 4 a 8 anos. A pergunta foi: O que é o Amor?

Vamos às respostas:

"Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos" - Mathew, 6 anos

"Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô, desde então, pinta as unha para ela. Mesmo quando ele tem artrite" - Rebecca, 8 anos

"Eu sei que minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras" - Lauren, 4 anos

"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo conhecendo há muito tempo" - Tommy, 6 anos

"Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente" - Billy, 4 anos

"Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela" - Chrissy, 6 anos

"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, ara ter certeza que está do gosto dele" - Danny, 6 anos

"Amor é o que está com a gente no natal, quando você pára de abrir os presentes e o escuta" - Bobby, 5 anos

"Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com um amigo que você não gosta. - Nikka 6 anos.

"Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa disso, aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda" - Samantha , 7 anos

"Há dois tipos de amor, o nosso amor e o amor de deus, mas o amor de deus junta os dois" - Jenny, 4 anos

"Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford" - Chris, 8 anos

"Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo" - Cindy, 8 anos

"Não deveríamos dizer eu te amo a não ser quando realmente o sintamos. e se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem de dizê-lo" - Jessica, 8 anos

"Amor é se abraçar, amor é se beijar, amor é dizer não" - Patty, 8 anos

"Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro" - Mary Ann, 4 anos

"Deus poderia ter dito palavras mágicas para que os pregos caíssem do crucifixo, mas ele não disse isso. Isso é amor" - Max, 5 anos".

Os candidatos aprovados na segunda lista do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) devem fazer sua matrícula nesta quinta (1º) e sexta-feira (2).

É necessário entregar uma lista de documentos na secretaria da universidade escolhida para efetivar o cadastro - a relação pode ser acessada no boletim de desempenho do vestibulando.O horário e o endereço da matrícula variam segundo a instituição de ensino.

Foram oferecidas 16.573 vagas em 35 universidades e institutos federais de educação. Dos Estados que participam do sistema, Minas Gerais é o que reúne o maior número de instituições com vagas abertas – são cinco universidades e três institutos de educação. Somando os 64 cursos oferecidos, foram ofertadas 992 chances em Minas.

O número de vagas para esta edição é menor porque nem todas as universidades fazem dois vestibulares ao ano, afirma o MEC (Ministério da Educação). A principal novidade é que o estudante teve a oportunidade de se inscrever em dois cursos, elegendo sua primeira opção – no entanto, apenas uma rodada da seleção deve ser realizada.

Fonte: Com informações do R7

O governo federal havia enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei que exigia nível superior para os professores da educação básica. 


No entanto, após audiências públicas sobre o tema, a relatora da matéria, senadora Fátima Cleide(PT-RO), apresentou um substitutivo que garante que os docentes de nível médio formados em cursos de magistério continuem a lecionar na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental. A proposta também tramita em conjunto com o projeto de lei do senador, Cristovam Buarque (PDT-DF), que prevê o levantamento do número de crianças até cinco anos de idade para atendimento em educação infantil. 


Segundo Cristovam, esse levantamento é essencial para cobrar dos gestores de municípios e estados a inclusão dessas crianças na rede de ensino pública. A proposta constava na pauta de votações da Comissão de Educação da última semana. No entanto, a falta de acordo entre parlamentares sobre a matéria fez com que a análise do projeto fosse adiada. 




Fonte: Região Noroeste

 A escritora esteve na biblioteca municipal da cidade no último dia 16
A escritora e compositora paranaense Alice Ruiz, vencedora do prêmio Jabuti de Literatura e com mais de 50 músicas gravadas por parceiros e intérpretes como Zélia Duncan e Arnaldo Antunes, esteve na cidade de Cananéia no último dia 16. O bate-papo com a autora faz parte do programa de incentivo à leitura do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, “Viagem Literária”, em parceira com a Prefeitura de Cananéia.
Compareceram na biblioteca municipal aproximadamente 70 pessoas, entre elas o prefeito municipal Adriano Cesar Dias, a vice prefeita Maria Rita Basso, a diretora de educação e cultura Oneide de Almeida Paiva Alves, e as diretoras de ensino das escolas estaduais e municipais. O Bate-papo com a autora teve início às 15h30 e se estendeu até às 17h00, onde pode contar toda a trajetória de sua carreira e responder as perguntas dos participantes. Vale ressaltar também a presença de diversos alunos da rede pública, em especial os do Porto Cubatão.
Ao final do encontro, Alice Ruiz comentou sobre a sua vinda para os municípios do Vale do Ribeira, “estou muito feliz com a recepção que estou tendo nas cidades do Vale. Os munícipes são mais próximos e receptivos, mostrando que existe muita carência desse tipo de trabalho nas cidades. Estou muito contente de poder trazer mais incentivo aos leitores e escritores da cidade”.
Dentre os vários livros publicados em 30 anos de carreira de Alice, são destaque: Navalhanaliga (Prêmio Secretaria Estadual de Cultura, 1981), Desorientais (1996), Vice-Versos (1989) e Dois em um (coletânea, 2008), ambos vencedores do Prêmio Jabuti.
"Because of Winn-Dixie" (2005 - 102m)
SINOPSE
Baseado num aclamado best-seller da literatura juvenil, "Por Causa de Winn-Dixie" conta-nos a emocionante história de uma menina de dez anos de idade e do amigo de quatro patas que muda a sua vida. Quando Opal e o seu pai (Jeff Daniels) se mudam para uma pequena cidade do sul, ela encontra e adopta um cão rafeiro, grande e divertido chamado Winn-Dixie. 0 laço que estabelecem entre ales espalha a magia por toda a excêntrica população da cidade, incluindo o seu pai, num Verão inesquecível.
REALIZADOR - Wayne Wang INTÉRPRETES - AnnaSophia Robb, Jeff Daniels, Cicely Tyson, Dave Matthews, Eva Marie Saint, Courtney Jines, Nick Price, Luke Benward, Elle Fanning, Marca Price, Lenore Banks, B.J. Hopper, John McConnell, Harland Williams.
-------------------------------------------------------------
Hoje à tarde assisti esse filme, Meu Melhor Amigo, em Inglês, "Because of Winn-Dixie". O que tenho a dizer pelo filme é que é lindo pela ternura que passa. A história fala sobre uma menininha, filha de um pastor que foi abandonada quando criança pela mãe e sua amizade com um cachorro, Winn-Dixie. E essa amizade dá lições durante o filme muito legais, que fazem você repensar um monte de coisas, como por exemplo "a árvore das coisas erradas", as "balas de Littmus", com um sabor diferente pra cada um, a fantástica mente dos que leem e a imaginação das crianças, além da bondade/maldade e solidão inerentes ao ser humano.
Uma frase que me marcou no filme
"Ninguém segura o que quer partir. Só podemos amar enquanto temos e pronto."
O filme passa a mensagem de que não somos donos de ninguém e principalmente daquelas pessoas ou animais que amamos, pois poderá chegar o dia da despedida! Compara a vida às balas, doces e amargas ao mesmo tempo, sem que saibamos distinguir esse sabor.
A trilha sonora também tem músicas lindas como "Amazing Grace" e "Glory Glory".
Because of Winn-Dixie Movie Soundtrack Lyrics
Patrinell Gloria Wright & Smith - Glory Glory
Glória, glória
Hallelujah
Since I Laid My Burden Down
Glória, glória
Hallelujah
Since I Laid My Burden Down
Eu me sinto melhor, muito melhor
Since I Laid My Burden Down
Eu me sinto melhor, muito melhor
Since I Laid My Burden Down
Tenho vontade de gritar "Aleluia!"
Since I Laid My Burden Down
Tenho vontade de gritar "Aleluia!"
Since I Laid My Burden Down
Estou subindo a escada de Jacó
Since I Laid My Burden Down
Estou subindo a escada de Jacó
Since I Laid My Burden Down
Ev'ry rodada vai mais e mais
Since I Laid My Burden Down
Ev'ry rodada vai mais e mais
Since I Laid My Burden Down
Glória, glória
Hallelujah
Since I Laid My Burden Down
Glória, glória
Hallelujah
Since I Laid My Burden Down
Since I Laid My Burden Down
Chorei, me emocionei!Recomendo!



Se nada é certo e seguro, se até mesmo é arriscado respirar num mundo poluído, então as pessoas seguem os sonhos sedutores do amor até estes se transformarem em pesadelos.”

“O amor é a procura de nós mesmos, é o desejo ardente de realmente entrar em contato comigo e contigo, partilhar nossos corpos, os pensamentos, encontrar-se um ao outro sem nada a esconder, fazer confissões e ser perdoado, é compreensão, confirmação e suporte no que foi e no que é, é o anseio por um lar e pela confiança para contrabalançar as dúvidas e ansiedades geradas pela vida moderna.


Ulrich e Elisabeth Beck-Gernsheim em ‘The Normal Chaos of Love’ 

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Fernando Pessoa
 
O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade


Algumas Frases de Fernando Pessoa para colocarem no Status do Orkut ou Twitter
  • Amar é cansar-se de estar só...Fernando pessoa.
  • Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." Fernando Pessoa...
  • Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... Fernando Pessoa
  • Porque eu sou do tamanho do que vejo E não, do tamanho da minha altura... Fernando Pessoa
  • O verdadeiro cadáver não é o corpo (...), mas aquilo que deixou de viver(...) Fernando Pessoa
  • Foi um espectro de homem, não foi homem. Só passou pela vida, não viveu. (Fernando Pessoa)
  • "Uma vida que é vivida E outra vida que é pensada, A vida que temos É essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada."Fernando Pessoa
  •  "...Qual porém é a verdadeira E qual errada, ninguém Nos saberá explicar..." Fernando Pessoa
  • "Porque eu amo infinitamente o finito, porque eu desejo impossivelmente o possível".Fernando Pessoa
  • Tenho em mim todos os sonhos do mundo." Fernando Pessoa
  • Para viajar basta existir. - Fernando Pessoa
  • "A fé é o instinto da ação" (Fernando Pessoa)
  • "A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova" (Fernando Pessoa)
  • "Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta." (Fernando Pessoa)
  • "Viver não é necessário. Necessário é criar" (Fernando Pessoa)
  • "Sentir é estar distraído" (Fernando Pessoa)
  • "O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é." (Fernando Pessoa)
  • "Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta." (Fernando Pessoa)
  • "A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta" (Fernando Pessoa)
  • "A renúncia é a libertação. Não querer é poder" (Fernando Pessoa)
  • "A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta" (Fernando Pessoa)
  • "Os homens são fáceis de afastar. Basta não nos aproximarmos" (Fernando Pessoa)
  • O meu coração quebrou-se como um bocado de vidro. Quis viver e enganou-se... (Fernando Pessoa)
  • "A bondade é a delicadeza das almas grosseiras" (Fernando Pessoa)
  • "Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer: eu sou eu ?" (Fernando Pessoa)
  • Possuir é perder. Sentir sem possuir é guardar, porque é extrair de uma coisa a sua essência. Fernando Pessoa
  • Tudo que existe existe talvez porque outra coisa existe. Nada é, tudo coexiste: talvez assim seja certo.. FernandoPessoa
  • Tenho em mim todos os sonhos do mundo. (Fernando Pessoa)
  • Para viajar basta existir. Fernando Pessoa
  • "Morrer é só não ser visto". Fernando Pessoa.
  • Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias.Fernando Pessoa
  • Segue o teu destino. Rega as tuas plantas; Ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias. (Fernando Pessoa)
  • Quero para mim o espírito desta frase: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Fernando Pessoa
  • Frase do dia " Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão" Fernando Pessoa
  • "Não evoluo, viajo" (Fernando Pessoa)
  • “Eu não possuo a bondade que muita gente apregoa, eu tenho é a felicidade de conhecer gente boa.” (FernandoPessoa)
  • "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo." Fernando Pessoa
  • “Quem me dera ouvir de alguém a voz humana, estou farto de semi-deuses" Fernando Pessoa.
  • "Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido." (Fernando Pessoa)
  • "Tudo é ousado para quem nada se atreve" (Fernando Pessoa)
  • "Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade." (Fernando Pessoa)
  • "Deus é o existirmos e isto não ser tudo." (Fernando Pessoa)
  • "Haja ou não deuses, deles somos servos" (Fernando Pessoa)
  • "A força sem a destreza é uma simples massa." (Fernando Pessoa)
  • "Não o prazer, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade" (Fernando Pessoa)
  • "Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz." (Fernando Pessoa)
  • "O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é." (Fernando Pessoa)
  • (...) "A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo." (Fernando Pessoa)
  • "Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta." (Fernando Pessoa)
  • "A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta" (Fernando Pessoa)
  • "A renúncia é a libertação. Não querer é poder" (Fernando Pessoa)
  • Valeu a pena? Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena.
  • Possuir é perder. Sentir sem possuir é guardar, porque é extrair de uma coisa a sua essência. Fernando Pessoa
  • Tudo que existe existe talvez porque outra coisa existe. Nada é, tudo coexiste: talvez assim seja certo.. Fernando Pessoa
  •  "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem." (Fernando Pessoa)
  • "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo." Fernando Pessoa
  • "Tenho prazer em ser vencido quando quem me vence é a razão, seja quem for o seu procurador." [Fernando Pessoa]
  • Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo.... Fernando Pessoa


Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite.


 Clarice Lispector



UMA REVOLTA


Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, e nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa.


Clarice Lispector
Crônica de Caio Fernando de Abreu

Sem Ana, Blues


Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.

Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar.

Depois que Ana me deixou - não naquele momento exato em que estou ali parado, porque aquele momento exato é o momento-quando, não o momento-depois, e no momento-quando não acontece nada dentro dele, somente a ausência da Ana, igual a uma bolha de sabão redonda, luminosa, suspensa no ar, bem no centro da sala do apartamento, e dentro dessa bolha é que estou parado também, suspenso também, mas não luminoso, ao contrário, opaco, fosco, sem brilho e ainda vestido com um dos ternos que uso para trabalhar, apenas o nó da gravata levemente afrouxado, porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete de Ana - depois que Ana me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe.

De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca - de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu.

O que começou a acontecer, no meio daquele ciclo do gosto de vodca, lágrima e café, foi mesmo o gosto de vômito na minha boca. Porque no meio daquele momento entre a vodca e a lágrima, em que me arrastava da sala para o quarto, acontecia às vezes de o pequeno corredor do apartamento parecer enorme como o de um transatlântico em plena tempestade. Entre a sala e o quarto, em plena tempestade, oscilando no interior do transatlântico, eu não conseguia evitar de parar à porta do banheiro, no pequeno corredor que parecia enorme. Eu me ajoelhava com cuidado no chão, me abraçava na privada de louça amarela com muito cuidado, com tanto cuidado como se abraçasse o corpo ainda presente de Ana, guardava prudente no bolso os óculos redondos de armação vermelhinha, enfiava devagar a ponta do dedo indicador cada vez mais fundo na garganta, até que quase toda a vodca, junto com uns restos de sanduíches que comera durante o dia, porque não conseguia engolir quase mais nada, naqueles dias, e o gosto dos muitos cigarros se derramassem misturados pela boca dentro do vaso de louça amarela que não era o corpo de Ana. Vomitava e vomitava de madrugada, abandonado no meio do deserto como um santo que Deus largou em plena penitência - e só sabia perguntar por que, por que, por que, meu Deus, me abandonaste? Nunca ouvi a resposta.

Um pouco depois desses dias que não consigo recordar direito - nem como foram, nem quantos foram, porque deles só ficou aquele gosto de vômito, misturados, no final daquela fase, ao gosto das pizzas, que costumava perdir por telefone, principalmente nos fins-de-semana, e que amanheciam abandonadas na mesa da sala aos sábados, domingos e segundas, entre cinzeiros cheios e guardanapos onde eu não conseguia decifrar as frases que escrevera na noite anterior, e provavelmente diziam banalidades, como volta-para-mim-Ana ou eu-não-consigo-viver-sem-você, palavras meio derretidas pelas manchas do vinho, pela gordura das pizzas -, depois daqueles dias começou o tempo em que eu queria matar Ana dentro de tudo aquilo que era eu, e que incluía aquela cama, aquele quarto, aquela sala, aquela mesa, aquele apartamento, aquela vida que tinha se tornado a minha depois que Ana me deixou.

Mandei para a lavanderia os lençóis verde-clarinhos que ainda guardavam o cheiro de Ana - e seria cruel demais para mim lembrar agora que cheiro era esse, aquele, bem na curva onde o pescoço se transforma em ombro, um lugar onde o cheiro de nenhuma pessoa é igual ao cheiro de outra pessoa -, mudei os móveis de lugar, comprei um Kutka e um Gregório, um forno microondas, fitas de vídeo, duas dúzias de copos de cristal, e comecei a trazer outras mulheres para casa. Mulheres que não eram Ana, mulheres que jamais poderiam ser Ana, mulheres que não tinham nem teriam nada a ver com Ana. Se Ana tinha os seios pequenos e duros, eu as escolhia pelos seios grandes e moles, se Ana tinha os cabelos quase louros, eu as trazia de cabelos pretos, se Ana tivesse a voz rouca eu a selecionava pelas vozes estridentes que gemiam coisas vulgares quando estávamos trepando, bem diversas das que Ana dizia ou não dizia, ela nunca dizia nada além de amor-amor ou meu-menino-querido, passando dos dedos da mão direita na minha nuca e os dedos da mão esquerda pelas minhas costas. Vieram Gina, a das calcinhas pretas, e Lilian, a dos olhos verdes frios, e Beth, das coxas grossas e pés gelados, e Marilene, que fumava demais e tinha um filho, e Mariko, a nissei que queria ser loura, e também Marta, Luiza, Creuza, Júlia, Débora, Vivian, Paula, Teresa, Luciana, Solange, Maristela, Adriana, Vera, Silvia, Neusa, Denise, Karina, Cristina, Marcia, Nadir, Aline e mais de 15 Marias, e uma por uma das garotas ousadas da Rua Augusta, com suas botinhas brancas e minissaia de couro, e destas moças que anunciam especialidades nos jornais. Eu acho que já vim aqui uma vez, alguma dizia, e eu falava não lembro, pode ser, esperando que tirasse a roupa enquanto eu bebia um pouco mais para depois tentar entrar nela, mas meu pau quase nunca obedecia, então eu afundava a cabeça nos seus peitos e choramingava babando sabe, depois que Ana me deixou eu nunca mais, e mesmo quando meu pau finalmente endurecia, depois que eu conseguia gozar seco ardido dentro dela, me enxugar com alguma toalha e expulsá-la com um cheque cinco estrelas, sem cruzar ¿ então eu me jogava de bruços na cama e pedia perdão à Ana por traí-la assim, com aquelas vagabundas. Trair Ana, que me abandonara, doía mais que ela ter me abandonado, sem se importar que eu naufragasse toda noite no enorme corredor de transatlântico daquele apartamento em plena tempestade, sem salva-vidas.

Depois que Ana me deixou, muitos meses depois, veio o ciclo das anunciações, do I Ching, dos búzios, cartas de Tarot, pêndulos, vidências, números e axés ¿ ela volta, garantiam, mas ela não voltava - e veio então o ciclo das terapias de grupo, dos psicodramas, dos sonhos junguianos, workshops transacionais, e veio ainda o ciclo da humildade, com promessas à Santo Antônio, velas de sete dias, novenas de Santa Rita, donativos para as pobres criancinhas e velhinhos desamparados, e veio depois o ciclo do novo corte de cabelos, da outra armação para os óculos, guarda-roupa mais jovem, Zoomp, Mister Wonderful, musculação, alongamento, yoga, natação, tai-chi, halteres, cooper, e fui ficando tão bonito e renovado e superado e liberado e esquecido dos tempos em que Ana ainda não tinha me deixado que permiti, então, que viesse também o ciclo dos fins de semana em Búzios, Guarajá ou Monte Verde e de repente quem sabe Carla, mulher de Vicente, tão compreensiva e madura, inesperadamente, Mariana, irmã de Vicente, transponível e natural em seu fio dental metálico, por que não, afinal, o próprio Vicente, tão solícito na maneira como colocava pedras de gelo no meu escocês ou batia outra generosa carreira sobre a pedra de ágata, encostando levemente sua musculosa coxa queimada de sol e o windsurf na minha musculosa coxa também queimada de sol e windsurf. Passou-se tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi se tornando ao poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades além de Ana. Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto. Porque nunca contei à ninguém de Ana. Nunca ninguém soube de Ana em minha vida. Nunca dividi Ana com ninguém. Nunca ninguém jamais soube de tudo isso ou aquilo que aconteceu quando e depois que Ana me deixou.

Por todas essas coisas, talvez, é que nestas noites de hoje, tanto tempo depois, quando chego do trabalho por volta das oito horas da noite e, no horário de verão, pela janela da sala do apartamento ainda é possível ver restos de dourados e vermelhos por trás dos edifícios de Pinheiros, enquanto recolho os inúmeros recados, convites e propostas da secretária eletrônica, sempre tenho a estranha sensação, embora tudo tenha mudado e eu esteja muito bem agora, de que este dia ainda continua o mesmo, como um relógio enguiçado preso no mesmo momento - aquele. Como se quando Ana me deixou não houvesse depois, e eu permanecesse até hoje aqui parado no meio da sala do apartamento que era o nosso, com o último bilhete dela nas mãos. A gravata levemente afrouxada no pescoço, fazia e faz tanto calor que sinto o suor escorrer pelo corpo todo, descer pelo peito, pelos braços, até chegar aos pulsos e escorregar pela palma das mãos que seguram o último bilhete de Ana, dissolvendo a tinta das letras com que ela compôs palavras que se apagam aos poucos, lavadas pelo suor, mas que não consigo esquecer, por mais que o tempo passe e eu, de qualquer jeito e sem Ana, vá em frente. Palavras que dizem coisas duras, secas, simples, arrevogáveis. Que Ana me deixou, que não vai voltar nunca, que é inútil tentar encontrá-la, e finalmente, por mais que eu me debata, que isso é para sempre. Para sempre então, agora, me sinto uma bolha opaca de sabão, suspensa ali no centro da sala do apartamento, à espera de que entre um vento súbito pela janela aberta para levá-la dali, essa bolha estúpida, ou que alguém espete nela um alfinete, para que de repente estoure nesse ar azulado que mais parece o interior de um aquário, e desapareça sem deixar marcas.
...

Caio Fernando de Abreu
O amor é difícil 
por André Abujamra



Eu aqui do alto desse edifício penso no fim desde o início
Eu aqui na beira do precipício constato, de fato
Que o amor, esse é difícil
Cai em pingos de piano na minha sopa
Cai em pingos de piano na minha roupa
Pancadas no andar de cima do meu coração
Caldos de piscina são como beijos de paixão
A hipnose da flauta e que é serpente
A última dose afogou o amor da gente
E você é culpada até os dentes
O amor, esse é difícil
O amor, esse é difícil
É mais fácil achar um diamante do tamanho de um ovo de ema
É mais fácil levantar uma montanha com as próprias mãos
É mais fácil tocar tabla indiana de ponta-cabeça
É mais fácil agarrar com a unha vinte touros, dois leões e um tubarão
O amor, esse é difícil
O amor, esse é difícil
É mais fácil limpar o Cristo Redentor com cotonete
É mais fácil dar a volta ao mundo de mobilete
É mais fácil assobiar chupando cana de pijama
É mais fácil ser mais calmo que o Dalai Lama
Sem você eu não sei aonde ir
Je t'aime mois non plus
E sempre bom ver você sorrir
Je vous salue Marie
Onde andarás?



O substantivo ou advérbio MAL é o oposto de BEM e se escreve com L

Já o adjetivo MAU é o oposto de BOM e se escreve com U.

Mas não podemos deduzir a partir disso que a palavra MALDADE (a qualidade daquilo que é MAU) deva ser escrita com U. 

Ocorre que a palavra MALDADE veio para o português diretamente da palavra latina malitas, malitatis, que significava "ruindade", "mal", "dano". Pela evolução normal, segundo as leis fonéticas, o "malitate" do latim acabou dando MALDADE em português, mantendo o L, que já existia em latim.
Historicamente, portanto, não aconteceu que primeiro tenha aparecido em português o adjetivo MAU, ao qual se teria anexado o sufixo –dade para formar MALDADE. Se fosse assim,  com certeza, teríamos a grafia "maudade".