Tenho Um Abraço Para Te Dar, é um livro doce, infantojuvenil, cheio de poesias pequenas mas grandes em sentido e que veio parar em minhas mãos na biblioteca da escola em que trabalho. O autor do livro é João Proteti. Gostei de suas poesias tão singelas em maioria e vi que tem pouco sobre esse autor brasileiro na internet.
Vamos saber um pouco mais sobre ele?
João Proteti
É natural de Andradina/SP, nascido em 1952. Desde criança o dom pelo desenho, se manifestava no pequeno João. Era quase impossível ver a criança desassociada de uma caixa de lápis de cor.
Em 1972, a constelação de artistas plásticos de Campinas ganha mais uma estrela... João veio para Campinas para completar seus estudos fazendo o Curso de Artes Plásticas do Instituto de Artes da PUCCAMP.
Logo se integrou ao movimento artístico plástico de Campinas, era a Década de 70, as artes plásticas estavam em plena efervescência, se "enturmou", não voltou nunca mais para Andradina. João Proteti se aventurou e, sempre com sucesso, por outras áreas das artes visuais, senão vejamos: Durante anos se dedicou à "arte postal" tendo nesta área feito exposições em: Campinas/SP, Londrina/PR, Fortaleza/CE, Porto Alegre/RS, Araraquara/SP, Belo Horizonte/MG, Franca/SP, XV Bienal Internacional de São Paulo/SP, San Salvador-El Salvador, Forte Dei Marmi-Itália, Lisboa-Portugal, Salermo-Itália, Castel San Giogio-Itália, Poznan-Polônia, entre outras cidades e paises.
Informações levantadas em 1984 pela UNICAMP. Dentro do segmento de "Arte e Pensamento Ecológico", em um tempo em que "ecologia" não era uma palavra e um problema ainda em evidência, fez exposições sobre o tema em: Santos/SP, Brasília/DF, São Paulo/SP, Foz do Iguaçu/PR, e outros rincões.
Estas informações foram levantadas em 1984 pela UNICAMP. Na área de "cinema e animação", participou da "Fundação do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas/SP, tendo participado dos seguinte festivais: IV Festival Nacional do Filme Super 8 em Campinas/SP, I Festival Internacional de Cinema e da Televisão em Ottawa, Canadá e V Festival Internacional do Cinema de Animação de Espinho, Portugal.
Devo lembrar que estas informações foram levantadas em 1984 pela UNICAMP. Na área "literária" é consagrado escritor, com "dezenas" de livros editados, tendo se destacado mais na literatura infantil.
Nas artes plásticas, tem mais de uma centena de participações, com dezenas de Premiações, em 1984, em levantamento da UNICAMP para Editar o Catálogo do Acervo da UNICAMP, pinçamos as seguintes participações: VI Encontro de Artes Plásticas de Atibaia/SP. VII e VIII Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba/SP. II, III e IV Salão Limeirense de Arte Contemporânea, Limeira/SP. 1984/1985.
Participou do Grupo "Campinas Arte Hoje", tendo feito com o Grupo Exposições em: Piracicaba/SP, São Bernardo do Campo/SP, Osasco/SP, Jundiaí/SP, Ribeirão Preto/SP, Franca/SP e Santo André/SP. XXXV Salão Paranaense de Artes Plásticas em Curitiba/PR. V, VII e VIII Salão do Humor de Piracicaba/SP. I Salão Ararense de Artes Plásticas - Araras/SP. III Salão de Arte Contemporânea de Jundiaí/SP. Individual na Galeria do Teatro José de Castro Mendes de Campinas/SP. Expo Coletiva "O Desenho Em Campinas".
Tendo feito Exposições em Campinas/SP, Joiunville/SC e Pelotas/RS. II Salão do Humor do Mackenzie de São Paulo/SP.
Individual Galeria Cultura de Blumenau/SC. III e IV Salão Nacional de Artes Plásticas da Funarte, Rio de Janeiro/RJ. Expo de Artistas Premiados em Salões do Interior do Estado de São Paulo, Exposição realizada no "Paço das Artes - São Paulo/SP".
Individual Galeria do Centro de Convivência Cultural de Campinas/SP. I Galeria SENAC de Novos Artistas. Expo em Campinas/SP, MASP São Paulo/SP, Galeria Nair de Teffé da Funarte em Brasília/DF. João Proteti, é um artista plástico de modos simples e conversa acessível.
Formado em Educação Artística pela PUCCampinas, ele já expôs várias vezes na Galeria Aquarela. A mostra individual que ele fez em 1952, foi um projeto audacioso, que contou com o patrocínio da "Faber-Castell", empresa fabricante de lápis.
A partir de 1974 ele começou a expor pelo interior do Estado. Mas sua carreira ganhou impulso em Campinas/SP, onde mora. Suas obras já foram vistas em Curitiba/PR, São Paulo/SP, Piracicaba/SP, Brasília/DF, Joinville/SC, Santos/SP e, em muitas outras cidades.
A instalação que montou, no teto da Galeria Aquarela, para esta exposição da "Faber-Castell", é um dos marcos em sua produção e, sera transferida após o término da exposição para a sede da fabrica em São Carlos/SP. Os 55 mil lápis utilizados na obra foram doados pela empresa que está no mercado brasileiro há 65 anos.
João Proteti faz parte de um quadro seleto de artistas respeitados no meio artístico plástico de Campinas. Além de um trabalho de características própria e peculiar, diríamos mesmo inconfundível, como Washington Neves, então critico de arte e jornalista do Jornal O Correio Popular de Campinas, fez e agora vai mais abaixo abordado.
João Proteti na Galeria Aquarela por Washington Neves: "O instrumento de criação de um artista pode se transformar no próprio suporte de sua obra e surpreender o público para o inusitado. No caso do artista plástico João Proteti, os lápis de cor que utiliza, fazem parte da composição de suas obras.
Dividida em três partes, a exposição, na Galeria Aquarela, não provoca deslumbramento. A intenção do artista é apenas magnetizar o olhar minucioso do espectador.
Para isso, a instalação montada no teto da Galeria é o melhor exemplo de como Proteti domina a técnica que escolheu. Ele distribuiu, sobre uma tela de 300 X 350 cms., 55 mil lápis com as pontas viradas para baixo. O planejamento espacial que o artista fez com os lápis cria ilusões, provoca surpresas e induz a sua poética - o que vem sendo raro no mercado.
Os tamanhos dos objetos e as cores que se perfilam como se fosse ondas do mar. Foi tarefa árdua para a montagem, da instalação, que consumiu um mês de trabalho do artista, mais a ajuda de cinco pessoas e a adaptação do Prédio da Galeria.
A segunda parte da exposição é a apresentação de uma Série de obras chamadas de "Poemas Visuais", também confeccionadas com lápis de cor. Os objetos mostram varias interferências que Proteti fez nos lápis.
O material se rompe e ganha novos desenhos. Mas a matéria-prima permanece, "o lápis". Proteti não sabe explicar por que optou pelo uso de lápis de cor na sua produção. "É um instrumento que me provoca fascínio.
No entanto, não sei dar explicações sobre o que faço...". Diz o artista. Ele admite apenas que sua obra tem relação com uma das manifestações mais antigas do Oriente: o "hai-kai".
Os lápis de Proteti emanam poemas curtos e simples. O "hai-kai" é uma forma de poema originário do Japão.
O "hai-kai", consta originalmente de 17 sílabas em três versos: o primeiro de cinco silabas, o segundo de sete silabas e o terceiro de cinco silabas. Quem primeiro introduziu o "hai-kai" no Brasil foi Guilherme de Almeida, que definia essa forma como "uma anotação poética e sincera de um momento de ponta".
A influência do "hai-kai" na obra plástica de Proteti, provavelmente deve-se ao fato de ser ele também consagrado "escritor de livros infantieis...". Na terceira parte da mostra, estão os objetos nos remetem às florestas e ao céu. Tudo em miniatura. Entre eles, estão dois objetos que convidam a olhar atento.
Sob as obras paira um céu, feito de um círculo de lápis. Como complemento, outros conjuntos lembram as florestas que se refazem. A obra de João Proteti conduz ao terreno da sensibilização plena do olhar. O corpo também pode entrar no jogo lúdico que ela provoca, pois o movimentar é fundamental.
A instalação montada no teto da Galeria Aquarela de Arte Contemporânea se torna assim fundamental para ficar a vontade com uma linguagem que beira o "hai-kai". Com a ativação do olhar, os lápis do artista ganham energia geradora e desenham na imaginação mundos bem particulares.
A experiência de Proteti com a literatura infantil, ele escreveu "História de amor com os caracóis", comprova essa capacidade de atrair o imaginário de adultos desprovidos de vícios amadurecidos". (Por Washington Neves, Diário do Povo 22 de novembro de 1994).
Fonte de informação: Reportagem de Washington Neves no Jornal Diário do Povo. Catálogo Acervo UNICAMP. Arquivo particular de Dimas Garcia.
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