Uma coisa que eu sempre gostei de fazer é falar através de metáforas. Gosto de fazer as pessoas pensarem. Outro dia me ocorreu uma história que eu resolvi adaptar para as conjunturas da atual situação brasileira.
De cinco em cinco anos, num brejo, todos os insetos elegiam um representante. O vencedor da eleição era chamado de o Rei dos Insetos, e este ganhava poderes para definir os sistemas de trabalho das formigas, os horários do canto da cigarra e até altura do vôo dos mosquitos.
Em todas as eleições duas forças polarizavam a intenção de votos. Tinha o grupo dos insetos que votavam na Lagarta e o grupo dos insetos que votavam na Borboleta.
Desde a primeira eleição, a Borboleta sempre foi eleita, deixando os Lagartistas com raiva. Os insetos optavam por escolher a Borboleta como representante porque ela era vistosa, bonita, enquanto a Lagarta tinha um aspecto repugnante, com seus pelos saltando pelo corpo asqueroso e, apesar de ter boas idéias, nunca era eleita.
A Formiga, como Lagartista, não se conformava - Não é possível que estes insetos votem numa borboleta, só porque ela tem asas coloridas.
Já a mariposa não escondia sua admiração pela prima borboleta: - Ela é um luxo!!! Voto nela sempre!!! Minha vida está boa como está. Para que eu vou querer mudar?
Depois de várias eleições, os insetos cansaram-se da mesmice das Borboletas. Os insetos queriam algo novo, algo que mudasse a vida no brejo. Resolveram então que seria eleito a Lagarta. Finalmente, depois de anos, as Lagartas tinham chegado ao poder. Podiam agora expressar seus projetos para o brejo.
O brejo estava em festa, mas no dia da posse, algo tinha acontecido, a Lagarta havia se transformado numa Borboleta e assim, tudo continuou como antes.
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