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9 de dezembro de 2009

Desenvolver um blog é um trabalho cumulativo: tudo o que você faz, conta. E conforme o tempo vai passando e o arquivo do blog aumentando, também aumentam as visitas provenientes dos mecanismos de busca, como o Google. Essa fonte de visitas costuma ser muito superior ao tráfego direto (dos leitores que entram diretamente em seu blog, digitando a URL ou usando um favorito) e sites de referência (parceiros ou redes sociais, por exemplo), mas sempre pode ser maior. Para isso existe a Otimização para Buscas, ou SEO (acrônimo de Search Engine Optmizaton): técnicas que visam aprimorar o desempenho do seu site perante os mecanismos de busca.
Trecho do e-book “Blogger SEO” de Sérgio Estrella M. Junior


Nos finais de semana, Felipe vai para a casa da vovó.
Vovó sabe fazer bolo de chocolate, brigadeiro, bala de coco, pão de queijo... enfim, sabe fazer tudo que Felipe gosta.
Vovó sabe contar histórias como ninguém! Coloca os óculos, faz uma cara engraçada, fala bem fininho e fraquinho, depois bem grosso e forte, imitando a voz dos personagens das histórias.
Um dia, Felipe encontrou uma porção de pedaços de tecidos espalhados pelo chão, perto da máquina de costura onde vovó estava trabalhando.
Vovó explicou que os tecidos eram retalhos das costuras que fazia e que iria fazer uma colcha de retalhos.
Felipe resolveu ajudar e separou os retalhos: os de bolinha, os de listrinha, os de florzinha, de lua e estrela, xadrez, listrado...
Cada pedaço de tecido trazia uma lembrança. O pijama listrado de Felipe, a camisa xadrez do papai, o vestido da mamãe e a roupa de vovó Maria que já estava lá no céu junto com o vovô Luiz.
Vovó começou a chorar sentindo saudade de quem já foi embora. Felipe não entendeu o motivo do choro e ela tentou lhe explicar o que é saudade.
Não adiantou, ele não entendeu. Na verdade a gente só entende as coisas que já experimentou; um dia Felipe entenderia.
Depois de algum tempo, Felipe chegou da escola, entrou correndo em seu quarto e viu a linda colcha esticada sobre sua cama. Cada retalho tinha uma história. Deitado sobre a colcha, ele passou algum tempo lembrando de uma porção de histórias.
De repente, Felipe começou a sentir uma coisa estranha dentro do peito que ia aumentando, aumentando...
Felipe foi correndo para a casa da vovó, abraçou-a bem forte e cochichou bem baixinho no seu ouvido:
— Preciso te contar um segredo: eu acho que já entendi... agora eu já sei o que é saudade!


Veja ainda:


Fernando Portela - A fábula do lobo traficante

Carlos Drummond de Andrade - Mulher andando nua pela casa

Rubem Alves - Chapeuzinho vermelho

Irmãos Grimm - Chapeuzinho vermelho

Carlos Drummond de Andrade - A ilha sonhada

Carlos Drummond de Andrade - Balada do amor através das idades

A mulher de nossos dias

A Despedida do Amor por Martha Medeiros

Carlos Drummond de Andrade - As pérolas

"A colcha de retalhos" de Nye Ribeiro Silva

Gil Vicente - A farsa de Inês Pereira

Carlos Drummond de Andrade - Antigamente

"Seja qual for o lugar em que se ache o poeta, ou apunhalado pelas dores, ou ao lado de sua bela, embalado pelos prazeres; no cárcere, como no palácio; na paz, como sobre o campo de batalha; se ele é ver­dadeiro poeta, jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até as ideias arquétipas."


Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa do botequim. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(Dalton Trevisan)

O gênero "Anotação" só se justifica no ambiente de aula, e tem como primário o mundo da vida e da cultura interconectados pelo ato responsável (Postupok) de mediação do mestre em infinita dialogia com o aluno. O estudante, cujo Eu se desloca para o lugar do sujeito da empatia, subsume novamente esse Eu que volta enriquecido, humanizado, despertado. Como escreveu Maria Zambrano, Y el maestro ha de ser quien abra la possibilidad, la realidad de outro modo de vida, de la de verdad. La ignorancia despierta es ya inteligencia em acto. Ignorancia y saber circulan y se despiertan igualmente por parte del maestro y del alumno, que sólo entonces comienza a ser discípulo: Nace el diálogo.

O Professor Jorge Larrosa, catedrático eminente da Universidade de Barcelona, Espanha, durante uma palestra no Centro de Convenções da Unicamp em agosto de 2003, apresentou as categorias essenciais da obra de Maria Zambrano, escritora pouco conhecida no Brasil e ainda não traduzida em Língua Portuguesa. Para ela, ler é defender a solidão em que se está, solidão específica que é uma comunicação.

O ato responsável de escrever e ler se justifica porque temos falado demais, e na oralidade as palavras circulam depressa demais, sentimo-nos fora de nós mesmos, nossas palavras nos atacam. Dizemos as palavras e as perdemos. A leitura e a escrita são meios de deter o tempo crônico, veloz, que nos arrasta. No ler e no escrever podemos sentir as palavras de uma forma diferente, mudamos nossas relações com as palavras, para que alguma coisa seja tirada do silêncio.

"Aquele que abre uma porta de escola, fecha uma prisão." (Victor Hugo)

"A escola pode aperfeiçoar o artista, criá-lo, nunca; porque não se melhora senão o que já existe." (Paolo Mantegazza)

"As escolas, fazendo que os homens se tornem verdadeiramente humanos, são sem dúvida as oficinas da humanidade." (Comenius)

"De todas as escolas que frequentei, a da rua, foi a que me pareceu melhor." (Anatole France)

"O que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la." (Ralph Waldo Emerson)

"Reformemos as nossas escolas, e não teremos que reformar grande coisa nas nossas prisões." (John Ruskin)

"Uma escola onde os alunos mandassem seria uma escola triste. A luz, a moralidade e a arte serão sempre representadas na humanidade por um conjunto de mestres, uma minoria que guarda a tradição do verdadeiro, do bem e do belo." (Ernest Renan)

"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos." (Albert Einstein)

"Os trabalhos escolares são provas para o caráter, não para a inteligência. Quer se trate de ortografia, de poesia ou de cálculo, está sempre em causa aprender a querer." (Émile-Auguste Chartier, "Alain")

"A escola da experiência é a mais educativa."
(Molière)

"Estamos todos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo." (Cora Coralina)

Este texto, escrito por Antônio Soares Amora discute a dificuldade em dissociar o conteúdo da forma.

Quando dizemos que conteúdo e forma são concomitantes e indissolúveis em nosso espírito, não estamos a pensar em certos mistérios da vida afetiva. Um exame de consciência, uma auto-observação cuidadosa, revela-nos, na vida sentimental, por exemplo, fatos desta natureza: experimentamos emoções, sentimos profundamente certos estados anímicos - e não encontramos meios para os definir. Não é porventura freqüente o caso de simpatias e antipatias involuntárias? Quantas vezes não simpatizamos com uma pessoa, sem nenhuma razão, sem nenhum motivo, sem que nada tenha feito essa pessoa para receber nossa simpatia. Em casos como este temos consciência de nosso estado de simpatia - mas não sabemos explicá-lo, nem defini-lo. É um estado bem vivo em nós - e no entanto indefinível, ou indizível.
Muito mais que o homem comum, o artista, vivendo mais intensamente a vida afetiva, sente esse indizível dentro de si. E sua maior angústia espiritual é encontrar a expressão para essa realidade visceralmente sentida, mas incompreendida. O drama do artista é sempre a "luta pela expressão". E quando o artista consegue vencer a impotência expressiva, e alguma cousa dizer das infinitas e misteriosas ressonâncias de seu mundo interior - essa alguma cousa é sempre muito pouco em face do que ficou incompreendido. Uma obra literária, em face do indizível que ficou na alma do artista é, como diz Bergson, "franja residual" do oceano infinito e inquieto das emoções. O progresso da linguagem e da experiência humana é ininterrupto, suas conquistas são permanentes; mas o mistério da vida é infinito, e a arte há de sempre lutar com o indizível.

8 de dezembro de 2009



"Quem tiver olhos para ver e ouvidos atentos pode convencer-se de que nenhum mortal é capaz de manter segredo. Se os lábios estiverem silenciosos, a pessoa ficará batendo os dedos na mesa e trairá a si mesma, suando por cada um dos seus poros!" Sigmund Freud
Sabemos que a honestidade é à base de qualquer relacionamento humano. Mas, muitas vezes, as pessoas deixam de ser honestas conosco. É de grande valor estar ciente das verdadeiras intenções de alguém, e isso vai lhe poupar tempo, dinheiro e energia.

Estudos demonstraram que numa apresentação diante de um grupo de pessoas, 55% do impacto são determinadas pela linguagem corporal -postura, gestos e contato visual -, 38% pelo tom de voz e apenas 7% pelo conteúdo da apresentação (Mehrabian e Ferris, "Inference of attitudes from noverbal communication in two channels", in The Journal of Counselling Psychology, vol. 31, 1967, pp. 248-52). Podemos concluir que não é o que dizemos, mas como dizemos, que faz a diferença. Sabendo disso, podemos usar a observação para nos ajudar a descobrir a verdade.
Trez nomes em sequência regular...
Antonio é Antonio.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.

29-03-1935
Para a gente se entreter
E não haver mais chatice
Queiram dar nos o prazer
De umas vezes nos dizer
O que Salazar não disse.

Transmittem a toda a hora,
Nas entrelinhas das danças,
"Salazar disse" Emissora
E ahi vem essa senhora
A Estada Nova com tranças.

Sim, talvez seja o melhor,
Porque estes homens de estado
Quando fallam, é o peor,
E então quando são do teor
Do chatazar já citado!


Primavera de 1935